Sinceramente achei que passaria ilesa, ou ao menos não somatizaria aquelas mesmas sensações de exato um ano atrás. Passou rápido, turbulento, confuso e doloroso. E no dia 12 de Julho, completos 365 dias sem o Chicão, posso dizer que foi no mínimo, estranho. Eu vinha me preparando para isso, emocionalmente e espiritualmente, tentando encontrar um equilíbrio que fosse além de um contato de terceiro grau, o que me ajudou, claro, mas não foi o suficiente para eu não reviver aqueles últimos e súbitos momentos com meu pai. Passei o dia inteiro tendo inúmeras lembranças e praticamente nenhum controle sob elas. Coincidência ou não, no dia seguinte, estive a manhã inteira no hospital, com uma crise de tosse alérgica.
Ok, a data cabalística passou e eu estou melhorando. Reconstruindo minha vida aqui no Rio e contribuindo com tijolos para que minha mãe e irmã tenham novamente um alicerce.
A história de que o Rio continua lindo é bem verdadeira, e a cada fim de semana eu descubro mais um motivo para admirar ainda mais a cidade. O que tinha esquecido ou não conhecia bem em relação ao Rio é o caos no trânsito, que me parece pior do que já vivi em São Paulo; o atendimento ruim em 90% dos restaurantes e a banalidade de palavrinhas como "por favor" e "obrigada". Calma, não estou chamando o carioca nem de preguiço ou mal-educado. Sou contra os jargões repetitivos, o que gosto mesmo é de apreciar os choques culturais. Aqui é "normal" você chegar na Casa do Pão de Queijo e a atendente te dizer "Não tem mais pão de queijo e hoje não assamos mais não". Como assim? É normal não ter pão na padaria, chip na loja da Tim, gasolina no posto? Qual minha reação pra isso? Caras e bocas e algumas reclamações de vez em quando, já que mesmo muito paciente e positiva, não sou de ferro. O mais curioso é perceber que em 2 meses, isso passa a ser normal pra você também!
Se por um lado falta no Rio a delicadeza para receber os clientes, por outro sobra hospitalidade das pessoas que venho conhecendo. Não sei se é a veia carioca do nascimento ou se é uma necessidade mágica em se fazer amigos. Em pouco tempo fui abraçada por várias turmas que me ajudam tanto na adaptação à rotina carioca quanto na descoberta de mais uma Mariana. Tem a turma do surf que me tirou às 5h45 da manhã da cama quentinha, me fez ser confundida com as primas pernoitistas da Avenida das Américas e contribuiu para o meu quase afogamento. Tem a turma do Billabong hour, que me faz gastar o VisaVale da semana em apenas uma noite e fomenta a composição de novos funks "in loco". Há ainda a turma dos almoços que deixa o dia mais calórico e alegre. Sem contar a turma do skate, a turma da visita (que povoa minha casinha) e, claro minha turma/dupla amada que vive tudo isso comigo incondicionalmente!
Aí eu percebo que tossir, apesar de muito incômodo é só um detalhe, porque o tempo vai voar, a gente vai engasgar, mas vai sempre ter alguém de alguma turma que vai te abraçar e te mostrar que passar ileso pela vida não dá e no fundo nem deve ter, assim, tanta graça.
Bom dia amada, viver, amadurecer,se conhecer, se aceitar e se gostar ou não. Eis o segredo da vida. Adoro você.
ResponderExcluirQue delícia ler vc de novo... e sempre... e ainda me lembrando com MUITA saudade da Mary Funkeira que estou LOUCA prá rever... hahahahahahahaha. VAI POPOZUDA! Te amo demais!
ResponderExcluirMari, querida, melhoras pra tosse. O corpo é inteligente, né? Está expelindo resquícios que estão aí em você e precisam ser eliminados...
ResponderExcluirSonhei contigo esta noite. Está precisando de algo daqui de Valinhos? Estou aqui, qualquer coisa dê um grito!
Bjs
Martina
Mariii, eu amo os seus textos... Ah q legal vc no Rio de novo!!! Poxa vida, só falta marcar um reencontro c a turma do "lote" (eu)! Saudades gigas... e tenho esperança d q vamos nos reencontrar em breve... bjos
ResponderExcluirE chegando os novos capítulos!
ResponderExcluirE o povo estranho, praia boa, cerveja as vezes quente, daquele cara gritando "ixkol ixkol ixkol, geladinha" com passos largos na areia da praia... Mas é a cidade maravilhosa! Né? Deve ser de mais viver aí. Cidade que é de uma zoeira que só, mas deve ser isso que faz o rio ser tão bom. Contrastes.
Sucesso pra vc mais uma vez!
Bjo!
Rafa.
Princesa, como sempre colocando as emoções em tudo o que faz. Parabéns! O Rio é assim mesmo, cheio de defeitos mas todos nós o amamos. Quanto à tosse, essa pegou a todos nós da família, no dia 12, a minha virou até bronquite. Estou de molho há 5 dias, com inalações, antibióticos e o capeta a 4. Vamos levando, a vida continua. Te amo muito, continue escrevendo pois ne conforta a alma. Beijos da Dinda.
ResponderExcluirMari, tambem estranhei o atendimento do RJ nessas minhas ferias....mais a paisagem, hospitalidade, os passeios, são maravilhosos....Aproveita sua nova fase, se tivesse visto antes que vc estava morando no Rio tinha tentado te encontrar ai...ADORO ler oq vc escreve..!!!! Deus abençoe vc minha Xara
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