Tem gente que medita, fuma maconha, cachimbo,
enche a cara, tudo pra ter um barato. Eu, atualmente, faço terapia...e que
barato que dá! Na verdade, quem lê o blog desde o começo sabe que a terapia faz
parte da minha rotina há bastante tempo. Eu iniciei a análise aos 17 anos,
segundo a minha mãe, para me ajudar a escolher a profissão (isso era medo da educação
física, artes cênicas ou só instinto em amenizar os traumas que segundo Freud,
todas as mães causam). Alguém comentou aqui uma vez que mães que não erram não são
mães, estou plenamente de acordo, mas enquanto filhos nós nunca aceitamos isso.
Mães a parte, eu topei tranquilamente a tal da terapia, sem rebeldias, lágrimas
ou silêncio absoluto nas sessões. E falava, como falava. Acho que esse era um
momento de apagar os incêndios do cotidiano, uma hora pra sentar num sofá
fofinho (lá não era divã), olhar para o semblante da terapeuta, branquinha,
cabelos bem escuros, já pintados para esconder os brancos, com marcas de expressão
nos olhos e testa que mostravam toda sua experiência e compaixão pelos temas
que eu levava. Depois ainda saía e brincava com os cachorros dela, que momento
especial, era só meu. Nela passei uns 6 anos, até meu pai deixar de pagar o
convênio, aí tive que parar.
Fui buscar essa ajuda de novo uns 3 anos depois,
mas em outra fonte psicológica, com outra pessoa e pagando do meu bolso. Indicada
por um professor que muito admirava na faculdade. Me lembro do momento exato da
chegada no consultório. Ela muito diferente (fenotipicamente) da antiga. Loira,
cabelos compridos, olhos clarinhos, se vestia como na capa da revista vogue.
Minha nova terapeuta era uma deusa. Me deu um abraço quando me recebeu, poderia
até ter voltado pra casa aquele dia, já estava mais tranquila. Cheguei
procurando ajuda para outra pessoa (minha amada genitora) e depois de mais de
duas horas de sessão, a deusa me convenceu de que ela tinha que, antes, ajudar
a Mariana. Bem aquela história da aeromoça, antes de colocar a máscara no
coleguinha em desespero, coloque em você mesmo. E assim começamos uma parceria
que dura (entre intercâmbios e vindas) 7 anos.
Terapia é igual religiao, cada um tem a sua, mas
todo mundo tem uma opinião sobre a do outro. No meu caso, eu sempre recomendo a
minha, queria que ela cuidasse de todos da minha família, dos meus amigos...Mas
ela não pode normalmente. Tentei em vários momentos descobrir de que linha ela
era, comportamental, psicanálise, como se o rótulo deixasse a terapia mais
importante. Descobri outro dia conversando com a Carol, grande amiga e aluna de psicologia,
mas como o rotular não é importante pra mim, não contarei pra você. A única
coisa que sei é que a cada sessão buscamos um sentido para alguma coisa. E
vamos fundo nesses sentidos, tão fundo que saio me perguntando o que fumamos
antes de começar. É realmente demais perceber que você e o terapeuta constroem
laços tão fortes que é como se cada uma levasse um pedaço da outra, e que todas
as respostas que você achou que ela te daria, estão dentro de você, mas ela te
dá ferramentas incríveis para encontrar e lapidar esses recursos.
Outro dia no trabalho, comentei com uma canadense que eu
fazia terapia (por Skype) e ela ficou horrorizada com a minha naturalidade em falar disso. Não entendi, a terapia deve ser um segredo? Motivo de vergonha?
Nem preciso ir muito longe,
quantos colegas tenho que tem pavor a um terapeuta, acorrentados ao clichê “isso
é coisa pra maluco”.
Para mim, maluco é quem negligencia a oportunidade de se
conhecer de verdade, de descobrir toda sua riqueza interior, de ter para si um olhar
transparente. Maluco é quem não dialoga, quem vai pra rua sem saber porque,
quem não encontra sentido no mundo porque nem sabe onde mora o seu. A terapia
faz o tal do gigante despertar na gente e de repente descobrimos que esse
gigante é muito maior que imaginávamos, mais forte e coerente. Um gigante que
briga pelo que quer e acredita, um gigante que acredita. Acredita inclusive que
a terapia pode ser uma alternativa.
Mari ameiii estava com saudades de ler. Preciso de terapia alias voltar, não quer me indicar ela não? heeh.
ResponderExcluirBeijao saudades
Zamo.... maluco são aqueles que acham que não precisam da ajuda de ninguém. Eu era meio "autonomo" nessas questões de conversar, resolver meus problemas, achava que era só deixar o tempo passar que as coisas se resolveriam. Que nada!!! todos precisam de ajuda, de alguém para conversar, dividir situações difíceis.... e você me mostrou isso. SANTA Paula!!! eu percebo como a terapia te faz bem e como você fica feliz após cada sessão... sabe que te dou maior apoio e que faço questão que você continue sempre...KKKKK
ResponderExcluirMauricio Waknin
Muito bom! Começarei minhas sessões de terapia na próxima sexta feira, afim de compreender meu eu!
ResponderExcluirObrigado pela ajuda, Mariana!
Att.
F.J.S
Oi Princesa, mais uma vez você se supera. Vamos conversar sobre terapia, pois estou inclinada a começar. Como você disse preciso me conhecer melhor. Mudando de assunto, essa foto ficou realmente linda. Poucos sabem para onde você está olhando, e como você estava feliz. Te amo muito minha menina linda. Beijos da dinda.
ResponderExcluirMari...como te entendo...tbem uma fa....apos terapias e mais terapias por toda vida...hoje mais que nunca sei quem sou, o que quero, pra onde vou e acima de tudo aprendi a me amar...do jeitinho que eu sou...e sim como o mundo, ou melhor, o Universo se abre e vc sabe que eh um ser maravilhoso, que apenas por ter sido escolhido por estar aqui e ter vida...vc eh o/a melhor...que delicia que eh descobrir esse gigante dentro da gente...que tranquilidade nesse coracao...que as vezes fica tao pequenininho...te amo minha linda...e passo cada dia da minha vida aprendendo mais e mais com vc...e fico feliz que nossos caminhos...de um jeito ou de outro estao sempre se encontrando...Te amo demais da conta...Namaste!!! Tia Nicky
ResponderExcluirMães amam muito os filhos. Quem ama também erra. Quem ama perdoa. Quem ama as vezes diz q odeia. Quem ama as vezes se reprime. Quem ama se preocupa. Quem ama as vezes se isola. Quem ama as vezes esbraveja. Quem ama as vezes se afasta. Quem ama as vezes se enraivece. Quem ama impoe limites. Quem ama mostra a sua cara. Quem ama chora. Quem ama se enfraquece. Quem ama as vezes adoece. Quem ama se aborrece. Quem ama sente falta, saudade aperto, tristeza e agonia. Amar significa aceitar-se a si mesmo e aceitar o outro.
ResponderExcluirIsso aí Mariana...aos poucos tudo se ameniza. Passa? Não sei..mas suaviza a alma.perdoe e compreenda as limitações do outro...sua genitora.
ResponderExcluir