Como essa viagem foi um pouco longa, tenho várias estórias marcantes, resolvi então dividir por cidades visitadas, assim não fica muito chato pra que estiver lendo...
Pragua: sem dúvidas uma das cidades mais lindas que já vi, medieval com nuances góticas, impecável, limpa, romântica...Ok. Mas uma coisa me surpreendeu: o número de turistas...Acredito que ela é mais frequentada que a Disneylândia em Julho (nunca estive na Disney em época nenhuma, mas a imagem que visualizei foi essa). Em Março, na teoria, baixa temporada na Europa, entretanto, turistas por todos os lados...Felizes os inúmeros japoneses que estavam por lá e não em sua terra natal, by the way, minhas sinceras condolências.
Nesta cidade fui roubada duas vezes: a primeira, um pickpocket que levou minha grana sem que eu pudesse perceber; a segunda um assalto à mão armada que me trouxe forte carga de estresse. Acalmem-se que explicarei agora. O bendito pickpocket foi o garçom de um restaurante que oferecia menus bem baratos para viajantes econômicos como nós, assim entramos, e o curiosamente sorridente garçon, nos atendeu. Pedimos dois “gulash” prato típico de la (uma carne com molho e pão) e duas cervejas, afinal estávamos na terra pilsner. Depois de perguntar de onde éramos, o garçon, que mostrava cada vez mais os dentes, começou a oferecer coisas típicas, até que finalmente, meio que para agradá-lo, aceitamos uma dose da tal bebida famosa que é boa para a digestão. Não gostei e nem tinha muito o que digerir, ô pratinho sem vergonha...Aceitamos o café no final, esse sim ajudaria se não fosse tão fraco...Final do roubo: somando a maldita bebida, o café e a gorjeta de 20% (aparentemente obrigatória) gastamos o triplo do preço do menu...Nesse almoço foram-se os eurinhos de outras 3 refeições pelo menos. Não contentes com o habitual próprio mau humor, nos deixaram de cara amarrada também.
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Detalhe ao fundo: o tcheco estudando a extorsão
Mas nós estávamos em Praga, não podíamos fazer cara-feia! Pela noite então, fomos para o roubo número 2: escopeta na mão.
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---- Olha que gracinha esse restaurante, tem música ao vivo, violão, violino, violoncelo! (Disse eu com a entonação de quem viaja e acha tudo o máximo)
---Vixe, mai deve sê caro dimais, sô, e nóis já gastamu tudo naquele tcheco viado! (Disse Véi em seu mineirês)
---Poxa Loro, vamos, vai ser legal, pra esquecer o almoço!!
Pronto, um charminho e tudo certo, entramos no restaurante. Poucas pessoas, sentamos perto da música, cerveja boa (mais um litro), até que...O violinista começou a chegar muito perto de nós para tocar...Eu rindo, o Véi fingindo que o cidadão não existia. Mas aí ele perguntou de onde éramos (será que se eu falasse que era do Japão ele teria compaixão? E chilena após o caso do mineiros? E da Líbia, Egito...?) Vai dizer que é brasileira...ele começou a tocar bossa nova...e eu com saudades tupiniquins abri mais e mais sorrisos...Mas de repente, eis que o violino, tão manso e inofensivo se transforma numa bazuca apontando para mim e eu desarmada, não sabia o que fazer...Tinha uma nota de 200 cacetinhos no violino e ele não pararia de ressucitar o Tom Jobim enquanto eu não colocasse outra nota lá...nem num baile funk eu ficaria tão assustada. Os tchecos só me faziam pensar: violino na cara e mãos ao alto, se não todos vão ficar te olhando e te fazendo acreditar que você não valoriza a música tcheca! Enquanto eu era assaltada o Loro, numa crise de ausência que só a neurologia mineira explica, se absteve da situação...Numa calma, tranquilidade...Eu em respeito a ele, roxa de vergonha, comecei a fazer o mesmo, até que outros colegas turistas entrassem e tirassem o foco do casal bossa nova....A sensação foi de assalto, mas dessa vez o dinheiro ficou na carteira!
E eu fiquei aqui SUPER acreditando num assalto tosco, como o meu, bocó. A tradução do mineirês foi extremamente necessária, senão, eu nem saberia que o Véi fala assim... hahahahaha, ameeeeeei, que saudades!!!!!!!
ResponderExcluirBEEEEEEEEEEEEEEEEIJO!!!!