O Blog

No começo eu só queria contar detalhes da minha vida em Toulouse para minha família e amigos curiosos. De repente comecei a ter necessidade de escrever, foi nascendo um diário de crônicas, foram surgindo seguidores, leitores, a vida foi tomando outro curso. Após 1 ano e quatro meses na França, idas e vindas para o Brasil estou diante de mais um ponto de bifurcação, voltando às minhas origens para dar continuação ao blog e a vida. Você está convidado a participar desses próximos capítulos e a se perder e se encontrar nessas novas estradas estrábicas.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Planeta Leste




Sim, estar no leste europeu é sentir-se em outro planeta. Apesar de ter tido a oportunidade de conhecer várias pessoas dessa origem, eu não imaginava que me sentiria tão diferente, tão estranha, tão...gentil. Isso mesmo, educada, simpática, sorridente, chamem do que quiserem. As pessoas que não te conhecem, parecem se irritar com você, seja porque você não fala o idioma



 simples e musical deles, ou por você ter uma dúvida e precisar de sua ajuda. Eu juro que comecei a me perguntar se estava descabelada demais, com mal hálito ou desodorante vencido...às vezes antes mesmo de abrir a boca, uma cara feia me recebia, um sorriso nunca, bom dia ou obrigada, muito menos. Foi esta a primeira impressão do planeta leste. Entretanto tive o prazer de estar por alguns dias com duas famílias eslovacas que me mostraram o “lado oeste” do leste...Eles: nenhuma palavra em português, nós: nenhuma em eslovaco. O Inglês também não era um idioma comum para todos. Resultado: conversamos sobre todos os assuntos, diferenças culturais, gastronômicas e afins por horas e horas (o Google tradutor e imagens era o nosso maior mediador). 
Me espantei com tantas curiosidades que eles tinham sobre o Brasil, esclareci também que apenas as mulheres que desfilam nas escolas de samba ficam sem roupas no carnaval, as outras costumam cobrir pelo menos o básico. Mostramos pão de queijo, escondidinho e cachaça e enquanto isso tomávamos hurskovica e becherovska e comíamos langos e palancinka. Balanço final: o riso é um idioma universal e sim, os habitantes do planeta leste podem rir, te tratar bem e serem muito acolhedores, só precisam te conhecer... Como eu não tinha tempo para ser a melhor amiga das atendentes das padarias, estação de trem e museos, continuei me perguntando o que havia de errado comigo e minhas tentativas de desejar um bom dia àquelas pessoas...

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