O Blog

No começo eu só queria contar detalhes da minha vida em Toulouse para minha família e amigos curiosos. De repente comecei a ter necessidade de escrever, foi nascendo um diário de crônicas, foram surgindo seguidores, leitores, a vida foi tomando outro curso. Após 1 ano e quatro meses na França, idas e vindas para o Brasil estou diante de mais um ponto de bifurcação, voltando às minhas origens para dar continuação ao blog e a vida. Você está convidado a participar desses próximos capítulos e a se perder e se encontrar nessas novas estradas estrábicas.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Baguettes radicais

Primeiro dia de coleta de dados da minha pesquisa. Pode parecer chato mas nem é porque eu trabalho com pessoas e não com ratos (nada contra os amigos ratólogos). Como diz o adorável francês com cara de alemão que mora comigo: sou humanista! Essa pessoa é a que disse que eu não parecia ter cara de quem fazia doutorado e complementou: nossa, esportes de combate, vc briga na rua?! De cara achei que ele era um ex playboy querendo ser cult, falando de poesia, que ama homens, mulheres e plantas. Agora que já vi ele torcendo fervorosamente pelo rugby francês, e debochando da lastimável performance brasileira no amistoso de semana passada, cheguei a conclusão que ele é um filhinho de papai que não pega ninguém. Voltando à coleta, foi muito legal assistir as aulas de esgrima, savate boxe francês e canne de combat.Tirando as coisas que deram errado o resto deu certo, amanhã tem mais.

Quando saí da faculdade senti muita saudade de relâmpago. Curioso porque no Brasil não aguentava mais dirigir 1000 km por semana, mas hoje, naquele frio com chuva, pegar a bicicletinha foi difícil. Mas teve a parte boa que foi parar na padaria, quer dizer na Boulangerie (mais chique). Desci preparando o discurso das baguettes que ia pedir, mas a tia que me atendeu tava de mau-humor e ignorou meu francês e escolheu ela mesma os meus pães, ok, pedi uma sacola pra carregar, afinal tava de bicicleta...Ela disse que o saco era pequeno e não me deu. Deve ter pensado, põe embaixo do suvaco! Eu saí com muita raiva, ela ainda recebeu o $$ e pegou nas minhas baguettes, sem luva, com aquele cabelo de Valderrama esvoaçando sobre tudo.
É impressionante como o povo trata mal os paezinhos...Sem o menor carinho...ah...mas quando eu coloquei as baguettes na minha cestinha, sem saco sem nada, as pessoas me olharam de um jeito, que sacrilégio...Legal, embaixo do suvaco deles que tá sei lá quantos dias sem ver uma ducha pode, na minha cestinha não...

Bom voltamos eu e as duas baguettes, que no caminho apelidei de Dayane dos Santos e Bob Burnquist depois do tanto de acrobacias e manobras que elas fizeram pra chegar aqui...Bom, uma delas já comemos.

Só pra terminar hoje no almoço tive que escolher entre duas opções no bandejinho da faculdade. Quando a moça pronunciou os nomes parecia ser a mesma coisa: algo assim: trrripe ou crripe, não entendi, e quando olhei era duro de escolher...Crepe ou tripas...tripas???? Quem escolheu esse cardápio?

2 comentários:

  1. olha que eu não sou muito de ficar entrando nos blogs, mas já to adorando começar a ler as histórias e aqui rachando de rir e imaginando a cena dessas baguetes todas e da sua cara pra mulher da padaria!!! hahaha

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  2. Oi Quel! hahahahahaha
    MaaaaaryJane, posso APOSTAR que vc escolheu as TRIPAS, tô rindo tanto, inclusive imaginando a baguette como aquele pãozinho "muchibinha" do bandeijão, nossa... de pensar chega me dar arrepios. Mas... né? Talvez o bom mesmo da baguette francesa seja o temperinho especial do suvaco... uh-lala!!!!!!
    Beijosssss

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